OS ASTECAS

OS ASTECAS

A civilização Asteca ou Mexica foi formada por um conjunto de etnias que possuía um idioma comum, o náhualt. Habitavam as regiões de Tenochitlán e Tlatelolco, na Mesoamérica, entre os séculos XII e XVI. Esta civilização foi, juntamente com a maia e a inca, uma das grandes civilizações da era pré-colombiana.
·          Expansão demográfica
Depois do colapso da mítica cidade de Tollan, no princípio do século XII, ocorreu uma imensa migração de toltecas e chichimecas em direção a região de Cholula, zona oeste do atual estado de Puebla, no México.  Os migrantes estabeleceram alianças com os habitantes nativos e conseguiram vencer os olmecas numa disputa, finalmente ocupando a zona do Planalto Central.
Depois de percorrer imensos territórios, no século XIV, a civilização asteca estabeleceu-se definitivamente no atual Valle do México. Fundaram a capital, Tenochtitlán, numa pequena ilha, nos arredores do lago Texcoco. Durante os primeiros anos, tiveram que lutar com inúmeras tribos locais pela posse das melhores  porções de terra para obtenção do domínio político da região. A medida que ganharam terreno, foram estabelecendo um poderoso sistema baseado na obediência, trabalho e pagamento de impostos. O alicerce da expansão asteca foi seu poderoso exército. Entretanto, após reconhecer a soberania do imperador asteca, os povos conquistados, mantinham uma representação própria.
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   Geografia
império asteca chegou a estender-se por uma superfície total de aproximadamente, 500 mil quilômetros quadrados, com uma população em torno de 20 milhões de habitantes. Os territórios e culturas associados ao império foram muito abrangentes, incluindo planícies e regiões montanhosas, desertos e florestas, onde o clima era de temperaturas extremas.
                        A Cidade do México-Tenochtitláan localizava-se numa região de lagos, sobre uma ilhota nas margens do lago Texcoco. A partir dali, os astecas expandiram seus domínios até o centro e sul do atual território mexicano, desde do Valle de Toluca, até Guerrero e Oaxaca; e do litoral de Chiapas, até a fronteira com a Guatemala, onde também ocuparam boa extensão. A bacia do México engloba uns 7800 quilômetros quadrados, localizados na parte meridional do Planalto Central, ao lado de cadeias montanhosas e importantes lagos.
Desde o frio da alta montanha até as quentes florestas tropicais, encontramos múltiplos ecossistemas ao longo de bosques, florestas, desertos rochosos, manguezais, savanas, estepes e  colinas, entre outros. Ademais existiam diversos biomas e microclimas, próprios da geografia mesoamericana, como a floresta tropical chuvosa ou o bosque de pinheiros, no topo da Sierra Madre de Chiapas. Nas geografias mais baixas, próximo da água doce dos lagos, proliferava o cultivo acima do nível, em alturas aproximadamente de 2.500 metros, aproveitando a área sopé, com terras férteis, onde uma agricultura extensiva foi utilizada; acima de 2.800 metros do nível do mar, abundavam bosques e grande fauna. O clima da região era, em média, temperado, com índice pluvial em torno de 700 milímetros por ano.

·          Política e Sociedade
Os astecas estabeleceram seu domínio econômico através da tributação de impostos, que todos os povos conquistados, eram obrigados a pagar ao Império. A hegemonia imperial era formada por três estados confederados da Triple Alianza: Texcoco, Tlacopan e Tenochtitlán além do conjunto de territórios conquistados. Com o passar do tempo, os astecas de Tenochtitlán tomaram a liderança da elite do sistema, transformando seu estado no de maior expansão territorial. Entretanto, as conquistas astecas quase sempre envolviam, essencialmente, um domínio econômico, permitindo que os povos conquistados, mantivessem seus deuses, administradores e idioma. Naturalmente houve exceções, em função de assentamentos estratégicos; onde encontravam rebeliões ou resistência por parte das culturas locais, os exércitos astecas permaneceram posicionados para evitar conflitos.
·          Estado
Assim como o restante das culturas mesoamericanas, o governo asteca era baseado num Estado Teocrático, onde o poder absoluto, encontrava-se nas mãos dos sacerdotes e de um sumo imperador,huey-tlatoani, considerado um deus na terra. A eleição do huey-tlatoani era feita por um conselho, composto por membros das famílias nobres dos 20 clãs (famílias) que constituíam a sociedade. As decisões mais importantes eram tomadas em conjunto, pelo imperador e seu conselho de assessores, dentre os quais, destacava-se a figura do cihuacóatl, principal conselheiro e substituto do tlatoani, em caso da ausência deste. Na base desta estrutura social encontravam-se os funcionários públicos, juízes que resguardavam o cumprimento das regras e leis, e os seguranças dos depósitos de armas e de alimentos.
·          Sociedade
sociedade era formada por 20 clãs, ou calpullis, compostos por pessoas ligadas por um vínculo familiar. Cada calpulli tinha uma porção de terra própria, um templo e um chefe político, chamado calpullec. A pirâmide social era dividida em três classes: os nobres ou pipiltin, que desempenhavam funções governamentais e religiosas eram isentos de impostos e possuíam terras próprias; a classe comum, os macehualtin, composta pelos camponeses, artesãos e comerciantes; e os escravos ou tlacotin, prisioneiros de guerra e delinquentes. Existiam ainda os habitantes com dívidas impagáveis que eram empregados como serviçais de seus credores

·          Ciência e tecnologia
A cultura asteca deve a sua força, entre outros aspectos importantes, ao avançado grau de desenvolvimento técnico e científico. A educação de seu povo neste campo foi fundamental, alcançando níveis de abstração maiores do que qualquer outra cultura, principalmente nos ramos da matemática e da astronomia. A medicina mexicana transcendeu sua própria época e está presente na base de diversas bebidas e cosméticos da modernidade. A engenharia terrestre e naval, as técnicas agrícolas e o desenvolvimento de uma escrita própria foram outros aspectos fundamentais da civilização asteca.
                       
Astronomia e Medicina
O conceito do número zero, colaborou para a base de cálculos abstratos nas civilizações maias e astecas. Por volta de 1479, desenvolveram a pedra do Sol, uma peça legítima de medidas monumentais, esculpida com os símbolos correspondentes aos dias e meses do calendário mexicano. No terreno da medicina, o povo asteca soube ocultar suas habilidades frente às ciências medicinais europeias, durante a época colonial. Os tratamentos das doenças foram baseados em dois aspectos: por um lado, se ocuparam da saúde espiritual, cujo desequilíbrio abria as portas à deterioração física; por outro lado, recorreram a medicamentos herbários para ajudar na cura sintomática.
Armamento e Transporte
Sem acesso a metais, como o bronze e o ferro, os astecas usaram as obsidianas, uma espécie de lava das rochas vulcânicas, e o sílex, um mineral rígido para desenvolvimento de armas e ferramentas cortantes. Assim como os Maias conheciam a roda, mas sem animais de carga, dispensou qualquer veículo terrestre. No lugar disso, fabricaram canoas para deslocarem-se ao longo dos canais e lagos.

·          Economia
Diversos fatores conjunturais e geográficos fizeram da economia asteca uma das mais prósperas da região mesoamericana. Por um lado, o controle que estabeleceram sobre os povos conquistados, através dos impostos, lhes permitiu acesso abundante a matérias-primas, produtos e mão-de-obra. Por outro, o desenvolvimento e utilização de platôs de cultivo e chinampas, permitiram uma expansão demográfica elevada e duradoura. O comércio, por estas mesmas razões, teve um crescimento sem precedentes para a época. Durante seu apogeu, segundo os especialistas, a cidade de Tenochtitlán foi o maior mercado do mundo.
                         Agricultura
                        A atividade agrícola produzia uma imensa variedade de hortaliças, frutas e legumes, tais como: tomate, pimenta, abóbora e feijão entre outros. Superados unicamente, pela agricultura da região andina, os astecas formaram o império de maior evolução em técnicas agrárias. Aproveitando a geografia lacustre do lago Texcoco, os astecas desenvolveram um sistema hidropônico de cultivo conhecido como chinampa. Construíram ilhas flutuantes com balsas de terra e galhos, ancoradas por um sistema de palafitas, sobre as quais cultivavam todo tipo de vegetais. Na região montanhosa, utilizaram um sistema de plantio em platôs.
                        Comércio
Apesar de contarem com moedas de escambo para o comércio, algumas comestíveis como o cacau, e outras não, como o pó de ouro e as mantas, o comércio asteca baseou-se no troca. Desde a região de Tenochtitlán e seus arredores, os mercadores e comerciantes astecas levavam e traziam todo o tipo de produtos, que trocavam em outras nações e povoados por objetos luxuosos. Nos mercados astecas, comercializava-se cacau e frutas, assim com escravos e prisioneiros de guerra. Produtos minerais, como a obsidiana, eram extraídos de Sierra Madre Sur e Ocidental, para elaboração de armas e utensílios. O trabalho têxtil, de alto rendimento, produzia tecidos de algodão, entre outros. 

·          Religião
A religião asteca, assim como sua civilização, foi um mosaico e síntese de culturas e tradições milenárias. Sua cosmogênese foi complexa, ao tentar responder a profundos dilemas sobre a existência, a criação do cosmos e o homem, sob a perspectiva divina, associada à chuva e à agricultura. Assim, conceberam a matéria como formadora da parte animada e tangível, e outra parte intangível e interna, constituída por sua vez por duas forças, uma luminosa e outra escura. Os deuses mantinham uma comunicação constante com os homens e, como estes, possuíam partes claras e escuras. Tudo o que havia na terra era permeado por esta dualidade, que estabelecia um equilíbrio dinâmico entre o micro e o macro cosmo, equilíbrio este que devia ser mantido por meio de cultos e oferendas.
                        Como símbolo da dualidade criadora e destrutora, as festas religiosas da cultura asteca buscavam equilibrar as vontades cósmicas, com o objetivo de garantir um ciclo contínuo na vitalidade e agricultura. Os humanos podiam alojar os deuses de maneira esporádica ou permanente, nas manifestações de virtude ou perversidade. De qualquer forma, o sangue era o veículo da continuidade entre os ciclos e o alimento dos deuses, o que baseou os cultos nos sacrifícios humanos.                      Os monumentais templos, pirâmides e palácios do povo asteca, refletiram o conjunto de valores e preceitos religiosos que deram origem a sua civilização. Seu conceito arquitetônico era voltado à manifestação do poder que os protegia como herdeiros do deus HuitzilopochtliCada lugar, inclusive as residências dos cidadãos comuns, eram construídas com solenidade e rituais de culto, portanto cada local era sagrado na vida do povo asteca da grande Tenochtitlán e o conjunto de suas cidades imperiais. A medida que avançavam sobre um novo território, sistematicamente, começavam pela construção de um  templo de adoração para seu deus principal e a seguir, nas imediações, um campo de futebol, onde praticavam o jogo ritual mais difundido entre as culturas da Mesoamérica.

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  O Templo Maior
Em Tenochtitlán estava localizado o Templo Mayor, principal templo dos astecas. Ali, através de inúmeras esculturas, narrava-se a história de Huitzilopochtli. Neste local sagrado, os astecas adoravam seu deus e sacrificavam humanos para aplacar sua sede. Este edifício era amuralhado por uma parede em forma de serpente e abrigava outros templos principais e casas da elite política e religiosa. Tudo era organizado com base numa estrita ordem de simetria, com desenhos geométricos e várias linhas apontadas para os pontos cardiais. A praça central deste templo tinha capacidade para 8.000 pessoas e o mercado central, em torno de 20.000.
As Pirâmides
Existiam diferentes tipos de construções piramidais. Entre as mais profusas encontramos as pirâmides redondas, situadas, principalmente, ao longo do Vale de Toluca. Foram construídas em honra ao deus do vento, Ehécatl, e sua estrutura circular permitia, precisamente, uma corrente de ar, de forma que o deus pudesse circular em seu interior sem obstáculos. As pirâmides de escadas  gêmeas, abrigavam em seu topo, dois templos: o templo situado ao lado esquerdo era dedicado a Tláloc, divindade responsável pelas chuvas; o da direita honrava Huitzlopochtli. O primeiro era pintado de azul e branco, símbolo da água; o segundo, de vermelho e branco, símbolo do sacrifício e das guerras. 

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Calendário Asteca
O calendário asteca é um calendário solar, com uma estrutura muito similar ao calendário maia. Contavam com um calendário de uso civil, chamado xihuitl, de 365 dias de duração, que organizava, cronologicamente, as atividades sociais do império. Além disto, contavam com um calendário religioso, o tonalpohualli, de 260 dias, com o qual faziam previsões sobre o futuro. Os ciclos, de ambos calendários, coincidiam a cada 52 anos, numa rotação que os astecas chamavam Xiuhmopilli. Esta ocorrência era medida a partir das rotações da Terra em torno do Sol, da Lua em torno da Terra e de Vênus.
Através deste calendário, os astecas identificavam os dias para cerimônias e rituais. Este mesmo sistema, era utilizado para os ciclos agrícolas que, estavam intrinsecamente ligados, aos rituais e festejos de cada divindade. O ano era dividido em 18 meses, o meztli, com uma duração de 20 dias em cada mês. As semanas, por sua vez, eram compostas por 5 dias. A concepção de um ano,  era de 365 dias de atividade e outros 5 dias extras,  chamados nemontemi, ou “dias vazios”, durante os quais, toda a atividade civil  era paralisada e os habitantes dedicavam-se ao jejum e abstinência.

·          Arte Asteca
A Civilização Asteca foi bastante destacada por sua arquitetura e, sobretudo, pelo estilo próprio, na escultura. Utilizaram todos os tamanhos de rochas e pedras para captar a essência de suas esculturas, refletindo grande riqueza de detalhes. As esculturas de grandes dimensões eram mais utilizadas para representar deuses e imperadores, enquanto as menores representavam mais animais e temas cotidianos. Utilizavam pinturas e cravação de pedras para adornar as esculturas,  feitas em pedra e em madeira. Na arte asteca, a música era uma expressão artística utilizada em atos civis e religiosos tais como cerimônias de casamento, funerais, ritos de guerra, atos políticos, rituais e sacrifícios. Os astecas também destacaram-se bastante na arte têxtil, elaborando tecidos ricos e roupas coloridas. 
Pintura
 A pintura asteca tinha uma especial relação de simbologia com as cores. Utilizavam pigmentos bastante puros, sem matizes cromáticos, brilhos ou sombras. De modo geral, a pintura estava bastante ligada ao adorno de diferentes projetos arquitetônicos. Outra expressão da pintura era nos códices astecas, feitos com folhas de papel fabricados com cortes da casca do tronco das árvores; nelas um grupo de artesãos pertencentes à elite imperial, conhecidos com tlacuilos, descreviam importantes façanhas de seu povo, deuses e imperadores.
Arte Têxtil e Plumária
Os artesãos astecas possuíam exímias técnicas de tecelagem. No princípio, utilizaram fibras de sisal, obtidas com o tratamento de folhas de agave, utilizadas para a confecção de mantas e roupas diárias. Tempos depois, durante o assentamento na cidade de Tenochtitláan, o comércio com outros povos viabilizou a obtenção do algodão, com o qual melhoraram, sobretudo, as vestimentas.
arte plumária foi um dos aspectos mais originais da cultura asteca, em especial, na elaboração  dos suntuosos mosaicos, no qual utilizaram aves dos bosques do sul. Uma das peças mais representativas nas plumas do Imperador Montezuma. 
BIBLIOGRAFIA:

Texto adaptado de http://www.seuhistory.com/civilizacoes/astecas/origem.html  em 10 de fevereiro de 2014.

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